Técnicos
da sub-região trocam experiências de combate da doença
Bissau
30 Mar 15 (ANG) – As praticas tradicionais constituem factores de propagação do
VIH/SIDA nos centros urbanos e nas linhas fronteiriças na sub-região.
A
constatação é do Director de Promoção e Prevenção da Saúde Pública, Nicolau de
Almeida, e foi revelada na abertura do ateliê sobre a melhoria do atendimento e
seguimento clínico
aos grupos vulneráveis, que hoje teve início e organizado pela ONGs Não
Governamental ENDA Tiers-Monde.
Almeida
agradeceu aos promotores do evento e disse que o projecto “Fronteiras e
Vulnerabilidades do VIH / SIDA na África Ocidental (FEVE) ”, visa reduzir a
vulnerabilidade a transmissão e o impacto de VIH/ SIDA no seio das populações.
“O
evento se reveste de uma importância singular visto que o VIH / SIDA constitui
um problema de saúde pública no nosso país. Todos nós sabemos que as capitais
das regiões são as que apresentam maior prevalência de infecções da doença e as
zonas fronteiriças de grande influência são sítios onde ocorrem boa parte das transmissões
“ disse Nicolau de Almeida.
O
Director Geral a Prevenção destacou ainda os aspectos da excisão feminina, o
casamento precoce ou a pratica da poligamia envolvendo maridos muito mais velhos,
pratica de herança, aleitamento de crianças órfãs por outras mulheres que são
muito frequentes nas comunidades.
Nicolau
de Almeida disse ainda que a referida pratica aceite nas comunidades africanas
pode contribuir para a propagação do VIH / SIDA, como a negação da existência
da doença, medo do SIDA, inicio precoce da vida sexual principalmente com
parceiros muito mais idosos, sexo comercial disfarçado entre outros.
“
Apesar de todas estas adversidades, tem-se estado a verificar resultados
importantes na luta contra este flagelo graças a uma ampla parceria e a
promoção de sinergia entre os principais actores e intervenientes tanto
político como financeiro que operam nesta área", informou, acrescentando
que esta reunião é um exemplo disso “ concluiu o Director Geral de Saúde.
Por
seu turno, a Coordenadora da ONG ENDA, Magda Lopes Queta disse que a sua
organização está a operar no país desde 2008 nas áreas da saúde, educação e
protecção ambiental e que o seu foco são pessoas cuja vulnerabilidade económica
as obriga a recorrerem ao comércio de sexo, ou ao relacionamento entre
homossexuais.
Magda
Lopes Queta elogiou a cooperação com o Ministério da Saúde, frisando que a
estratégia da ENDA é levar a saúde junto à população alvo e é por isso que
depois de oito anos de exercício decidiu-se que os responsáveis das clínicas
móveis dos quatro países que fazem fronteira com a Guiné-Bissau se reunissem
para partilhar experiencias e principalmente poder harmonizar os pacotes de
serviços que são oferecidos aos grupos alvos.
O
ateliê conta com as presenças dos responsáveis da clínica móvel do Senegal,
Cabo Verde, e da Guiné-Conakry, e termina terça-feira, 31 e Março.
ANG/MSC / JAM/SG
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