José Mário Vaz diz que nova maioria parlamentar visa salvar país de
“interesses obscuros”
Bissau,
31 Out 19 (ANG) – O Presidente da República cessante e candidato presidenciais,
José Mário Vaz, afirmou quinta-feira que o país tem uma nova maioria
parlamentar que visa salvar o país de “interesses obscuros” e resgatar a
soberania nacional.
“Hoje
estamos perante uma nova maioria parlamentar, consubstanciada no acordo de
incidência parlamentar de três partidos: Madem, PRS e APU”, afirmou José Mário
Vaz.
O
Presidente guineense falava após a tomada de posse do novo Governo guineense,
que decorreu no Palácio da Presidência, em Bissau.
“Esta
incidência visa salvar a Guiné-Bissau das garras de interesses obscuros que
querem aprisionar e sem benefícios para o nosso povo e transformar o nosso país
num paraíso para o tráfico de droga e outras práticas ilegais”, salientou o
chefe de Estado, que terminou o mandato a 23 de Junho e é candidato às
presidenciais de 24 de Novembro.
No
discurso, o Presidente disse que o país vive um momento grave e que o actual
Governo tem uma “tarefa imediata e fundamental”, que é de organizar as
presidenciais, cuja campanha eleitoral começa sábado.
“Fazê-lo
com absoluta garantia de isenção, transparência, integridade e não ingerência
nos assuntos e competências da Comissão Nacional de Eleições, órgão
independente encarregado da gestão eleitoral”, afirmou.
José
Mário Vaz pediu também “tratamento de igualdade para todas as candidaturas sem
excepção” para que as “desconfianças instaladas desvaneçam” e para garantir que
no final ganha o melhor.
“O eleito
do Povo, sem fraudes, por mérito próprio, respeitando e honrando a escolha popular,
sem manipulação do processo que se quer transparente, livre e justo”, disse.
O chefe
de Estado guineense salientou também que o país vive um dos “momentos mais
decisivos da sua história recente” e que 46 anos depois da independência alguns
“atores internos e externos” pretendem “impor uma espécie de tutela
internacional, hipotecando a soberania”, impedindo os guineenses de pensar pela
“própria cabeça” e “caminhar pelos seus pés”.
“É
imperioso que o novo governo mostre ao mundo que nós guineenses não somos uma
sociedade pária”, afirmou.
A União
Africana, a União Europeia, a CEDEAO, a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas já condenaram a decisão do Presidente José
Mário Vaz de demitir o Governo liderado por Aristides Gomes e disseram que
apenas reconhecem o Executivo saído das eleições legislativas de 10 de Março,
que continua em funções.
O Governo
de Aristides Gomes já disse que não reconhece a decisão de José Mário Vaz, por
ser candidato às eleições presidenciais, pelo seu mandato ter terminado a 23 de
Junho e por ter ficado no cargo por decisão da CEDEAO.
A
Guiné-Bissau tem presidenciais marcadas para 24 de Novembro e a segunda volta,
caso seja necessária, vai decorrer a 29 de Dezembro.ANG/Inforpress/Lusa
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