PAIGC reafirma caducidade do mandato do Presidente
Bissau,01 Nov 19(ANG)
- O Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições
legislativas, reafirmou quinta-feira a caducidade do mandato do Presidente
guineense, José Mário Vaz, e disse que as presidenciais vão ser organizadas
pelo atual Governo.
"O dito Presidente da República, que deixou de o ser a 23 de junho por
caducidade de mandato, está na Presidência da República por uma questão
protocolar, mas por força das decisões da CEDEAO, o último poder que exerceu
com validade foi a marcação da data das eleições legislativas e presidenciais e
a nomeação do atual Governo. A partir daí ele entrou em caducidade", afirmou Óscar
Barbosa, do 'bureau' político do partido.
Segundo Óscar Barbosa, que falava à imprensa
na sede do partido, em Bissau, o próprio Presidente guineense, José Mário Vaz,
confirmou a sua caducidade de mandato quando apresentou a candidatura ao
Supremo Tribunal de Justiça.
"No momento
em que o Supremo Tribunal de Justiça validou [a candidatura], ele passou a ser
um candidato com os poderes iguais a qualquer outro candidato, não podendo
gozar das regalias, nem das mordomias de um chefe de Estado", salientou.
Óscar Barbosa enalteceu
também o papel das forças armadas, que têm permanecido afastadas da crise
política.
"O nosso posicinamento é claro. O
Governo presidido por Aristides Gomes é o Governo legal, continua a exercer as
suas funções e as eleições marcadas para 24 de novembro terão lugar sob
organização do atual Governo",
salientou.
O
Presidente guineense, José Mário Vaz, candidato às eleições presidenciais e
cujo mandato terminou a 23 de junho, demitiu na segunda-feira o Governo
liderado por Aristides Gomes e
nomeou, no dia seguinte, Faustino
Imbali (Partido da Renovação Social) como primeiro-ministro
da Guiné-Bissau.
A União
Africana, a União Europeia, a Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e as
Nações Unidas já condenaram a decisão do Presidente, José Mário Vaz, e disseram
que apenas reconhecem o Governo saído das eleições legislativas de 10 de março,
que continua em funções.
A
Guiné-Bissau tem presidenciais marcadas para 24 de novembro e a segunda volta,
caso seja necessária, vai decorrer a 29 de dezembro.
Participam
na campanha eleitoral, que arranca sábado e termina a 22 de novembro, 12
candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça.
ANG/Lusa
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